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Diversity

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Luis A. Colón dedicou décadas a promover mais diversidade nas ciências químicas

A doutoranda Deysi Gómez Cholula conversa com este químico analítico sobre sua premiada experiência como orientador

by Deysi Gómez Cholula, exclusivo para a C&EN
September 20, 2024 | A version of this story appeared in Volume 102, Issue 29

 

Informações Vitais

Luis A. Colón

Cidade Natal: Cidra, Porto Rico

Formação acadêmica: Bacharelado em Química, Universidade de Porto Rico em Cayey, 1981; Doutorado em Química Analítica, Universidade de Massachusetts Lowell, 1991

Cargo atual: Professor Emérito da Universidade Estadual de Nova York e Professor de Química da Cátedra A. Conger Goodyear, Universidade de Buffalo

Melhor conselho profissional: Abrace as coisas pelas quais você é apaixonado com toda a sua energia, porém fique atento para reconhecer o que é demais e aprenda a dizer não!

Molécula favorita: Cafeína e sacarose. Meu pai costumava cultivar café e cana-de-açúcar. Quando eu era muito jovem, lembro-me de perguntá-lo o que fazia a cana ter um sabor tão doce, já que às vezes eu o via colocando um pedaço dentro de sua xícara de café!

Eu sou: Latino e hispânico

Informações Vitais

Deysi Gómez Cholula

Cidade Natal: San Vicente Piñas, México

Ocupação atual: Doutoranda em Ciências Químicas, Laboratório de Ecocatálise de Francisco Javier Tzompantzi Morales, Universidade Autônoma Metropolitana

Formação acadêmica: Bacharelado em Engenharia Química, Universidade Nacional Autônoma do México, 2014; Mestrado em Ciências Químicas, Universidade Autônoma Metropolitana, 2021

Elemento favorito: Hidrogênio. É encontrado em todo o universo, e no momento estou trabalhando na produção desse elemento a partir da divisão da água por meio da fotocatálise.

Apelidos: Minha mãe me chama de Deysita ou Margarita. Meu pai, de Nachita. Minha irmã Roxana me chama de Perochita ou hermanita. Minha irmã Sendi me chama de Dey. Meu irmão Wilbert me chama de Nana. E meu irmão Arturo me chama de Mi Negrita.

Eu sou: Uma mulher indígena oaxaqueña - meu avô paterno pertencia aos povos Amuzgos, ou Tzjon Non.

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Luis A. Colón está redefinindo o meio científico ao oferecer oportunidades de pesquisa de verão e orientação na Universidade de Buffalo (UB), onde funciona seu laboratório de química analítica. Pelos últimos 30 anos, alunos de graduação da Universidade de Porto Rico em Cayey (UPR-Cayey), onde Colón se formou no curso de graduação, têm vindo à UB para realizar pesquisas. Muitos deles retornam à UB para seus estudos de pós-graduação sob a orientação de Colón. Em 2015, em reconhecimento ao programa e à sua mentoria geral, ele recebeu do presidente Barack Obama o Prêmio Presidencial de Excelência em Mentoria em Ciências, Matemática e Engenharia e, este ano, recebeu o Prêmio de Mentor Vitalício da Associação Americana para o Avanço da Ciência. Deysi Gómez Cholula conversou com Colón sobre a importância da curiosidade, de deixar sua casa para seguir uma carreira científica e da perseverança na pesquisa.

Esta entrevista foi editada por motivos de extensão e clareza e foi parcialmente traduzida do espanhol.

Luis A. Colón está em pé em frente a uma área de laboratório com mangueiras visíveis atrás dele.
Luis A. Colón

CIDADE NATAL: Cidra, Porto Rico

FORMAÇÃO ACADÊMICA: Bacharelado em Química, Universidade de Porto Rico em Cayey, 1981; Doutorado em Química Analítica, Universidade de Massachusetts Lowell, 1991

CARGO ATUAL: Professor Emérito da Universidade Estadual de Nova York e Professor de Química da Cátedra A. Conger Goodyear, Universidade de Buffalo

MELHOR CONSELHO PROFISSIONAL: Abrace as coisas pelas quais você é apaixonado com toda a sua energia, porém fique atento para reconhecer o que é demais e aprenda a dizer não!

MOLÉCULA FAVORITA: Cafeína e sacarose. Meu pai costumava cultivar café e cana-de-açúcar. Quando eu era muito jovem, lembro-me de perguntá-lo o que fazia a cana ter um sabor tão doce, já que às vezes eu o via colocando um pedaço dentro de sua xícara de café!

EU SOU: Latino e hispânico

Crédito da imagem: Douglass Levere/University at Buffalo

Deysi Gómez Cholula: Falarei sobre seu trabalho de orientação daqui a pouco, mas, primeiro, fale-me sobre sua pesquisa. O que inicialmente o inspirou a seguir uma carreira em química analítica? E com o que seu grupo de laboratório trabalha atualmente?

Luis A. Colón: Quando eu era pequeno, era muito curioso. Eu me interessava muito em como as coisas funcionavam, qual era a composição da matéria. E sempre fui intrigado em medir as coisas.

Mais tarde, antes de fazer a pós-graduação, fui trabalhar em uma empresa farmacêutica. Eu tinha plena noção da importância da análise química, principalmente para a descoberta de medicamentos e o controle de qualidade. Então, quando fui para a pós-graduação, foquei no desenvolvimento de tecnologia e métodos para análise química, especificamente usando técnicas de separação.

Decidi então prosseguir nessa área, tentando superar os problemas da tecnologia já existente.

DGC: Na minha pesquisa com fotocatalisadores para produção de hidrogênio, estou explorando novas técnicas de caracterização. Inovar é um trabalho diário. Quais são os avanços futuros que você vê nas técnicas e tecnologias de separação química?

LAC: Sustentabilidade é muito importante. Aqui estamos contribuindo com o desenvolvimento de novas metodologias baseadas em cromatografia de fluido supercrítico. Trata-se de uma técnica de separação que basicamente reduzirá o uso de solventes orgânicos, que podem ser tóxicos, como resíduos em análises químicas.

As atividades atuais do meu laboratório de pesquisa estão voltadas para a síntese e as propriedades desses materiais, que são silicatos híbridos que podem ser usados para separação. Uma das aplicações é, por exemplo, o isolamento de solutos que são encontrados em concentrações muito baixas para análise química, como poluentes ambientais, como PFAS (substâncias per e polifluoroalquil), ou compostos vestigiais em biofluidos.

DGC: Como você encontra tempo para conciliar sua pesquisa com seu trabalho de orientação?

LAC: Creio que a orientação e a pesquisa andam de mãos dadas. Considero que tudo contribui para o avanço da ciência.

Quando presto orientação, é de forma intencional, ou seja, tenho a intenção de orientar a pessoa e também de avançar na pesquisa. O fato de eu ter que fazer um esforço extra não me afasta da pesquisa.

DGC: Bem, isso me parece um grande esforço. Você lidera um programa para trazer alunos da UPR-Cayey para a UB há quase 30 anos. O que o inspirou a iniciar o programa?

LAC: Algumas coisas. Primeiro, estudei na UPR-Cayey e sabia das necessidades que eles tinham, pois lá eu não tinha certas oportunidades e recursos para me preparar para um programa de pós-graduação em pesquisa. Essa talvez seja a razão pela qual não fui para a pós-graduação de imediato.

Além disso, notei a necessidade de aumentar a diversidade nas ciências químicas, especialmente trazendo hispânicos para a química. Quando cheguei aqui, fui a primeira pessoa hispânica a ser contratada como membro do corpo docente do Departamento de Química. Não havia um único aluno de doutorado ou mestrado formado em química que fosse hispânico.

De certa forma, todas essas razões se fundiram e me inspiraram a entrar em contato e estabelecer um relacionamento com a UPR-Cayey e tentar proporcionar experiências para os alunos de graduação.

Além disso, notei a necessidade de aumentar a diversidade nas ciências químicas, especialmente trazendo hispânicos para a química.

DGC: Como o programa cresceu e evoluiu desde a sua criação nos anos 1990?

LAC: Em meados dos anos 90, mais ou menos, recebi minha primeira aluna de Porto Rico. Essa aluna teve uma boa experiência, voltou e divulgou o programa. Mais tarde, outros professores se interessaram porque começamos a receber alunos de pós-graduação da UPR-Cayey que se inscreveram aqui e vieram para o programa.

Até hoje, tivemos, não sei, mais de 100 alunos de graduação que se beneficiaram ao longo dos anos. Muitos deles cursaram a pós-graduação. Mais de 50 alunos hispânicos concluíram mestrado ou doutorado na UB desde que estou aqui, há cerca de 25 anos. Trinta deles eram provenientes de universidades de Porto Rico.

Outro aspecto muito importante é que outras pessoas, inclusive algumas que participaram desse programa, estão fazendo o mesmo em outras instituições.

DGC: Você acredita que o caminho que criou para os alunos da UPR-Cayey irem para os Estados Unidos influenciou a cultura da química na universidade ou em Porto Rico em geral?

LAC: Bem, deixe-me começar com a cultura aqui na UB. Posso dizer que com certeza. Levou tempo, mas ela mudou.

A cultura na UPR-Cayey mudou e continua mudando. Os alunos de lá estão vendo que há oportunidades em outros lugares, que podem fazer pós-graduação e que, sim, eles são capazes.

É também uma mudança na cultura dos programas de lá. Quero dizer, você vai lá agora e os alunos não percebem o quanto era difícil no passado.

DGC: Você tem algum conselho que gostaria de dar a jovens cientistas que estão pensando em se mudar para longe de suas casas em busca de uma oportunidade de pesquisa?

LAC: Sim, em relação à ciência, posso dizer algumas coisas: seja curioso e tenha fome de conhecimento!

Às vezes, a frustração com um experimento pode levar a descobertas se simplesmente prestarmos atenção e aplicarmos nossos conhecimentos e fundamentos básicos. Uma vez que os conhecemos, precisamos ter perseverança.

E quero ressaltar que não há um caminho direto para ir do ponto A ao ponto B. No meu caso, por exemplo, não fui direto da graduação para a pós-graduação e depois me tornei professor. Tirei um tempo para trabalhar no setor industrial e aprendi com isso. Portanto, não desanime.

Além disso, para as pessoas da América Latina que vão para os Estados Unidos para trabalhar, a barreira linguística é uma das principais preocupações. Elas acham que talvez não consigam trabalhar por essa razão. Mas creio que isso está mudando, e as pessoas agora estão mais tolerantes, encontrando maneiras diferentes de fazer perguntas ou se comunicar.

DGC: Estou terminando meu doutorado e fico sempre pensando, caso faça um pós-doutorado, se devo fazê-lo na Espanha ou em outro lugar onde se fale espanhol. Então, vejo a oportunidade que você está dando aos alunos, assegurando que suas primeiras interações sejam com alguém que fale mais do que apenas inglês.

LAC: Estabelecer um relacionamento entre os alunos e a universidade ou com o programa em um idioma conhecido foi de grande ajuda. Os alunos perceberam que eu falava a língua e fizeram perguntas que, se não fosse por isso, teriam medo de fazer, porque puderam perguntar em espanhol e obter respostas em espanhol. Isso os motivou e aos outros a sua volta. Com o tempo, eles se sentiram mais à vontade com o idioma.

Se você está interessada em fazer um pós-doutorado, primeiro procure a área de pesquisa de que gosta, onde acredita que pode aprender o que deseja fazer. Depois, preocupe-se com o idioma e tudo o mais. Você precisa ser encorajada a superar o pensamento de “não vou conseguir falar inglês”.

Deysi Gómez Cholula está em pé com os braços cruzados em frente a uma parede cinza.
Deysi Gómez Cholula

CIDADE NATAL: San Vicente Piñas, México

OCUPAÇÃO ATUAL: Doutoranda em Ciências Químicas, Laboratório de Ecocatálise de Francisco Javier Tzompantzi Morales, Universidade Autônoma Metropolitana

FORMAÇÃO ACADÊMICA: Bacharelado em Engenharia Química, Universidade Nacional Autônoma do México, 2014; Mestrado em Ciências Químicas, Universidade Autônoma Metropolitana, 2021

ELEMENTO FAVORITO: Hidrogênio. É encontrado em todo o universo, e no momento estou trabalhando na produção desse elemento a partir da divisão da água por meio da fotocatálise.

APELIDOS: Minha mãe me chama de Deysita ou Margarita. Meu pai, de Nachita. Minha irmã Roxana me chama de Perochita ou hermanita. Minha irmã Sendi me chama de Dey. Meu irmão Wilbert me chama de Nana. E meu irmão Arturo me chama de Mi Negrita.

EU SOU: Uma mulher indígena oaxaqueña — meu avô paterno pertencia aos povos Amuzgos, ou Tzjon Non.

O atual trabalho de Deysi Gómez Cholula está concentrado em seu doutorado em Ciências Químicas, dedicando-se à pesquisa da síntese de fotocatalisadores para a produção de hidrogênio. Além disso, Deysi é apaixonada por fotografia, adepta de da prática de exercícios físicos e gosta de fazer caminhadas em montanhas, florestas e parques.
Crédito da imagem: Travis Shane Domanski

DGC: É bom ouvir isso porque eu e meus amigos duvidamos muito de nós mesmos. A única coisa que enxergamos é o idioma.

LAC: O que me dá confiança é o fato de sabermos muito mais do que pensamos saber. Não se sinta desanimada, há oportunidades por aí.

DGC: Muito obrigada! O que lhe dá mais satisfação em seu trabalho como orientador e educador, e poderia compartilhar uma história de sucesso de seus alunos que tenha sido especialmente significativa para você?

LAC: Em geral, acho que todo aluno que entra em meu laboratório é uma história de sucesso. Acho que eles aprendem e têm uma experiência que, de uma forma ou de outra, moldará sua carreira e sua vida. Muitos deles foram para a pós-graduação. Vários deles descobriram que a pós-graduação não é a melhor opção para eles, o que também é importante.

DGC: Ao refletir sobre suas contribuições tanto para a ciência como para a educação, que legado você espera deixar?

LAC: Os alunos que passaram por meu laboratório são o maior legado. Meu desejo é que, da mesma maneira que eles foram positivamente influenciados aqui, eles também sigam influenciando outros.

É como uma teia de aranha. Começa em um ponto, depois se expande, influenciando alguns e esses influenciam outros. E podemos ver como criamos um mundo melhor para o avanço da ciência e educação.

Tradução para o português realizada por Luisa Forain para a C&EN. A versão original (em inglês) deste artigo foi publicada em 20 de setembro de 2024.

CORREÇÃO:

Esta matéria foi atualizada em 26 de setembro de 2024 com a correção do número de estudantes hispânicos que concluíram mestrado ou doutorado na Universidade de Buffalo nos últimos 25 anos. Foram mais de 50, e não mais de 3.000. Cerca de 30 desses alunos eram de Porto Rico.

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