Informações vitaisMónica Cala
Cidade Natal: Socorro, Colombia
Formação acadêmica: Bacharelado em Química, Universidade dos Andes na Colômbia, 2008; Mestrado em Química, Universidade Industrial de Santander, 2012; Doutorado em Química, Universidade dos Andes na Colômbia, 2017
Cargo atual: Diretora do Centro de Metabolômica da Universidade dos Andes, na Colômbia
Moléculas favoritas: Neurotransmissores, especialmente serotonina e dopamina
Gênero musical favorito: Tropipop (também conhecido como pop colombiano e Trop-pop)
Eu sou: Latina
Informações vitaisKieran Tarazona Carrillo
Cidade Natal: Bogotá, Colômbia
Formação acadêmica: Bacharelado em Bioquímica, Universidade de Waterloo, 2019
Cargo atual: Doutorando em Química Analítica, no laboratório de David Wishart, Universidade de Alberta
Mentor e por quê: Stacey Lavery, supervisora do meu laboratório de química analítica na graduação. Ela cria um ambiente acolhedor, comemora o sucesso das pessoas e as apoia em seus desafios. Ela me mostrou que o trabalho árduo, a dedicação e a perseverança levam ao sucesso.
Melhor conselho profissional que já recebi: Nunca aceite críticas negativas de alguém a quem você não pediria conselhos.
Molécula favorita e por quê: Eu adoro o heme! Ele tem uma estrutura de anel legal com ferro dentro do anel. Os heme têm muitas funções no corpo, inclusive a de auxiliar no transporte de oxigênio pela corrente sanguínea, o que nos mantém vivos.
Equipamento de laboratório favorito: Pipetas de deslocamento positivo
Gênero musical favorito: Rock! Minha banda favorita é a Billy Talent.
Primeiro emprego: Piloto voluntário de planador quando era cadete da aviação
Projeto divertido recente: Estou aprendendo a fazer uma pequena bolsa de couro
Eu sou: Pessoa não-binária, colombiana
Na Universidade dos Andes, na Colômbia, Mónica Cala analisa os metabólitos formados durante a produção de café e cacau. Ela trabalha para refinar as práticas de processamento de alimentos e utiliza seus dados para melhorar a qualidade dos produtos típicos da Colômbia. Na Universidade dos Andes, na Colômbia, Mónica Cala analisa os metabólitos formados durante a produção de café e cacau. Ela trabalha para refinar as práticas de processamento de alimentos e utiliza seus dados para melhorar a qualidade dos produtos típicos da Colômbia. Ela também ajudou a fundar e agora dirige a MetCore, a primeira estrutura central de pesquisa do país dedicada à metabolômica, o estudo de pequenas moléculas produzidas por células e tecidos. Dessa forma, contribuiu para o aumento da diversidade de pesquisas possíveis na América Latina. Kieran Tarazona Carrillo conversou com Cala sobre sua pesquisa e a rede criada por ela a fim de proporcionar aos futuros pesquisadores latino-americanos a chance de realizar pesquisas metabolômicas perto de casa.
Esta entrevista foi editada por questões de extensão e clareza.
Mónica Cala
CIDADE NATAL: Socorro, Colômbia
FORMAÇÃO ACADÊMICA: Bacharelado em Química, Universidade dos Andes na Colômbia, 2008; Mestrado em Química, Universidade Industrial de Santander, 2012; Doutorado em Química, Universidade dos Andes na Colômbia, 2017
CARGO ATUAL: Diretora do Centro de Metabolômica da Universidade dos Andes, na Colômbia
MOLÉCULAS FAVORITAS: Neurotransmissores, especialmente serotonina e dopamina
O QUE ME FAZ LEMBRAR DE CASA: Uma xícara de café especial
GÊNERO MUSICAL FAVORITO: Tropipop (também conhecido como pop colombiano e Trop-pop)
EU SOU: Latina
Crédito da Imagem: Cortesia de Ana Maria León
Kieran Tarazona Carrillo: Tomei conhecimento do seu trabalho pela primeira vez na conferência Metabolomics 2022 e fiquei entusiasmado ao ver outra pesquisadora colombiana trabalhando na área! O que a motivou a buscar a metabolômica?
Mónica Cala: Fiz meu bacharelado e mestrado em química analítica, mas quando comecei meu doutorado, mudei para análise biomédica. Eu queria usar a química analítica para investigar alterações metabólicas em doenças e explorar possíveis alternativas terapêuticas ou de diagnóstico. Minha pesquisa de doutorado teve como foco as alterações metabólicas no câncer de mama em populações colombianas.
Após um ano e meio do início do meu doutorado, participei da primeira reunião da Latin American Metabolic Profiling Society (LAMPS), onde conheci Coral Barbas, diretora do Centro de Metabolômica e Bioanálise. Seu grupo de pesquisa era formado por químicos analíticos que estudavam metabolômica através da espectrometria de massa, então lhe pedi uma oportunidade de estagiar no centro. Esse estágio foi fundamental, pois proporcionou um treinamento completo em todos os aspectos essenciais da metabolômica e deu início à minha paixão por essa área.
KTC: Sua jornada é muito parecida com a minha! Estudei bioquímica e química analítica na graduação, depois vim para a Universidade de Alberta e me apaixonei pela metabolômica.
Na Metabolomics 2022, fiquei sabendo que sua pesquisa é voltada para as culturas de café e cacau da Colômbia. Você pode me falar mais sobre esse trabalho e por que optou por analisar essas culturas?
MC: Porque a Colômbia não é muito grande e possui muitas montanhas. Não podemos produzir uma quantidade de alimentos tão grande quanto a de outros países, como o Brasil. Então, há um foco significativo na melhoria da qualidade de produtos de especialidade, como café e cacau de sabor fino, visando aumentar seu valor. A metabolômica nos permite correlacionar as alterações metabólicas que ocorrem durante a produção desses produtos com diferentes perfis sensoriais e de sabor e selecionar o processo que melhora a qualidade do produto.
Por exemplo, para ambos os produtos, cacau e café, estamos tentando criar ferramentas que os produtores utilizem para melhor controlar a primeira etapa da fermentação, utilizando culturas iniciais, de modo a produzir grãos com perfis sensoriais e sabores exclusivos. Também estamos trabalhando com a Colcafé, uma empresa colombiana que produz bebidas de café prontas para beber, como cafés extraídos a frio, para melhorar a estabilidade a longo prazo de seus produtos atuais e descobrir maneiras de criar novos produtos para os consumidores utilizando diferentes tecnologias de processamento de alimentos.
KTC: É incrível que todo esse trabalho seja realizado como atividade do MetCore. A princípio, o que a levou a criar uma instalação como o MetCore?
MC: Quando terminei meu doutorado, cogitei inicialmente fazer um pós-doutorado no exterior. Mas também me senti dividida por não continuar a pesquisa metabolômica na Colômbia. Naquela época, poucas pesquisas metabolômicas estavam sendo realizadas no país, e os raros estudos em andamento eram geralmente realizados por colaboradores internacionais. Eu sabia que a pesquisa metabolômica poderia ser realizada localmente e, por isso, quis tornar isso possível.
Compartilhei esses sentimentos com Silvia Restrepo, que na época era a vice-presidente de pesquisa da Universidade dos Andes, na Colômbia, e lhe disse que eu queria estabelecer um laboratório que me permitisse continuar trabalhando com metabolômica aqui. Silvia achou a ideia fantástica e me incentivou a propor o projeto à universidade, e foi o que fiz com seu apoio. Depois que o projeto foi aprovado, tive seis meses para estabelecer os planos comerciais e financeiros, projetar o laboratório e outros seis meses para construir o laboratório e instalar os equipamentos.
E não se esqueça de contribuir para sua própria região, esteja você aqui ou onde quer que trabalhe. Cada um de nós pode desempenhar um papel no avanço da ciência na América Latina.
KTC: Uau! Isso parece ter sido estressante! Mas aposto que é extremamente gratificante ver todo o seu trabalho árduo valer a pena.
MC: Sim! Pode parecer piegas, mas esse centro foi um sonho para mim. Como estudante de doutorado, achei que seria impossível devido à falta de financiamento para pesquisa e ao acesso limitado a tecnologias de ponta em várias disciplinas aqui na Colômbia. Sou muito grata pela decisão da universidade de investir no laboratório.
Este ano marca o quinto aniversário do MetCore, e refletir sobre nossas realizações me enche de imenso orgulho. No ano passado, por exemplo, o MetCore colaborou em 34 projetos de pesquisa com instituições em Bogotá e outras regiões da Colômbia e forneceu treinamento para 32 estudantes colombianos. Criamos um ambiente de pesquisa avançado e bem-sucedido e, embora isso traga muitas responsabilidades, o processo tem sido incrivelmente gratificante.
Kieran Tarazona Carrillo
CIDADE NATAL: Bogotá, Colômbia
FORMAÇÃO ACADÊMICA: Bacharelado em Bioquímica, Universidade de Waterloo, 2019
CARGO ATUAL: Doutorando em Química Analítica, no laboratório de David Wishart, Universidade de Alberta
MENTOR E POR QUÊ: Stacey Lavery, supervisora do meu laboratório de química analítica na graduação. Ela cria um ambiente acolhedor, comemora o sucesso das pessoas e as apoia em seus desafios. Ela me mostrou que o trabalho árduo, a dedicação e a perseverança levam ao sucesso.
MELHOR CONSELHO PROFISSIONAL QUE JÁ RECEBI: Nunca aceite críticas negativas de alguém a quem você não pediria conselhos.
MOLÉCULA FAVORITA E POR QUÊ: Eu adoro o heme! Ele tem uma estrutura de anel legal com ferro dentro do anel. Os heme têm muitas funções no corpo, inclusive a de auxiliar no transporte de oxigênio pela corrente sanguínea, o que nos mantém vivos.
EU SOU: Pessoa não-binária, colombiana
O trabalho atual de Kieran Tarazona Carrillo é voltado para a padronização da preparação de amostras fecais para estudos de metabolômica, com foco na estabilidade de metabólitos e aplicações em outras amostras biológicas. Kieran adora ir ao Elk Island National Park, em Alberta, com seus amigos para observar os bisões.
Crédito da imagem: Cortesia de Kieran Tarazona Carrillo
KTC: Anteriormente, você mencionou que foi apresentada à metabolômica por meio de contatos que fez na reunião da LAMPS, e sei que você é uma das fundadoras da LAMPS. Por que achou que era importante criar a sociedade e como você acredita que ela ajudou outros pesquisadores latino-americanos?
MC: Na América Latina, nos deparamos com grandes desafios na realização de pesquisas, principalmente em áreas como a metabolômica. Embora esse campo esteja bem estabelecido internacionalmente, ele ainda está se desenvolvendo em nossa região devido ao acesso limitado à tecnologia avançada e ao conhecimento especializado. É vital estabelecer redes que propiciem aos alunos e pesquisadores o acesso à tecnologia, a otimização dos recursos de pesquisa e o recebimento de treinamento. Isso foi crucial para mim, e é por isso que sou profundamente dedicada a apoiar a rede LAMPS.
A LAMPS desenvolve, aprimora e apoia o treinamento de novos pesquisadores de metabolômica, proporcionando uma pesquisa científica aberta e acessível em nossa região. Também estamos buscando maneiras de captar talentos. Por exemplo, estabelecemos estágios no MetCore que oferecem aos alunos a oportunidade de realizar pesquisas de metabolômica sem precisar viajar para o exterior.
Temos também como foco incentivar pesquisadores de outras partes do mundo a virem para cá e passarem um tempo trabalhando em nossos laboratórios, o que estamos fazendo em colaboração com a Metabolomics Society, que tem sido uma grande apoiadora. Futuramente, planejamos criar projetos colaborativos que abordem questões comuns na América Latina, como doenças tropicais e problemas alimentares, e explorar biomarcadores para diagnosticar doenças em diferentes populações.
KTC: Estou no último ano do meu doutorado. Estou considerando a possibilidade de continuar minha carreira na América Latina. Que conselho você daria para jovens estudantes latinos ou hispânicos, assim como eu?
MC: O futuro da ciência está nas abordagens interdisciplinares, assim, atreva-se a explorar além dos limites tradicionais. Saia de sua zona de conforto. Seja ousado, curioso e deixe que sua perspectiva particular o guie para criar soluções valiosas e mudanças significativas em sua região e, possivelmente, no mundo.
E não se esqueça de contribuir para sua própria região, esteja você aqui ou onde quer que trabalhe. Cada um de nós pode desempenhar um papel no avanço da ciência na América Latina.
Tradução para o português realizada por Luisa Forain para a C&EN. A versão original (em inglês) deste artigo foi publicada em 20 de setembro de 2024.
Chemical & Engineering News
ISSN 0009-2347
Copyright © 2024 American Chemical Society
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