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Químicos hispânicos e latinos que você precisa conhecer

Estes cientistas visionários descobriram novos elementos e ajudaram a desenvolver a pílula anticoncepcional

by Manny I. Morone, Cheryl Hogue, exclusivo para a C&EN, Rachel Petkewich, exclusivo para a C&EN; Ariana Remmel, exclusivo para a C&EN; Shantal Riley, exclusivo para a C&EN; and Attabey Rodríguez Benítez
September 20, 2024 | A version of this story appeared in Volume 102, Issue 29

 

A collage containing one painting and nine photos of the 10 Hispanic and Latino chemists profiled in this article: Oswaldo Luiz Alves, Andrés Manuel del Río, Rebeca Gerschman, Luis F. Leloir, César Milstein, Luis Miramontes, Mario Molina, Sarah Stewart, and Evangelina Villegas.
Credit: Antoninho Perri (Alves); Wikimedia Commons (del Río, Leloir, Miramontes, Molina, Stewart); University of Rochester/River Campus Libraries (Gerschman); Corbin O’Grady Studio/Science Source (Milstein); Associated Press (Villegas)

Oswaldo Luiz Alves

por Attabey Rodríguez Benítez, exclusivo para a C&EN

Oswaldo Luiz Alves.
Credit: Antoninho Perr
Oswaldo Luiz Alves

Oswaldo Luiz Alves foi um dos primeiros cientistas brasileiros a desenvolver, pesquisar e ensinar nanotecnologia. Ele trabalhou no Laboratório de Síntese de Nanoestruturas e Interação com Biossistemas e fundou o Laboratório de Química do Estado Sólido na Universidade de Campinas, instituição na qual foi professor de química.

Alves nasceu em São Paulo e foi fisgado pela química durante os acampamentos de ciências após a escola na adolescência. Com uma bolsa de estudos do governo, Alves fez cursos técnicos de química industrial e depois concluiu seu bacharelado em Química Industrial em 1973 na Universidade Estadual de Campinas. Ao mesmo tempo em que iniciou seu doutorado na universidade, foi contratado como professor. Mas, ao fazer o estágio de pós-doutorado na França, “contaminou-se”, como ele mesmo diz, com a química do estado sólido. Levou esse conhecimento de volta ao Brasil e fundou um laboratório de química do estado sólido. Lá, pesquisou materiais bidimensionais para eletrônica, como vidros dopados com pontos quânticos, e registrou patentes, incluindo uma relativa à administração de medicamentos utilizando nanopartículas de sílica.

Após mais de 40 anos de magistério, faleceu repentinamente em julho de 2021. Ele ensinou mais de 50 alunos de mestrado e doutorado que dão continuidade ao seu legado.

Andrés Manuel del Río

por Shantal Riley, exclusivo para a C&EN

Andrés Manuel del Río.
Credit: Wikimedia Commons
Andrés Manuel del Río

Em 1801, o químico nascido na Espanha Andrés Manuel del Río encontrou o único elemento a ser descoberto no México. No entanto, 30 anos se passaram até que ele recebesse o crédito pela descoberta do vanádio, um metal de transição cinza-prateado e o número 23 na tabela periódica.

Del Río estava trabalhando como professor de mineralogia no Real Seminario de Minería, na Cidade do México, quando encontrou o metal em um pedaço de minério de chumbo proveniente de Zimapán, no México. Ele o batizou de “eritrônio”, da palavra grega antiga erythros, ou seja, vermelho. O nome foi inspirado pela cor vermelha formada por seus sais.

Mais tarde, enviou a amostra a Paris, onde o químico Hippolyte-Victor Collet-Descotils equivocadamente concluiu que se tratava de cromo e não de um novo metal, como del Río havia afirmado.

Em 1830, o químico Nils Gabriel Sefström redescobriu o elemento em um minério de ferro da Suécia. Ele o batizou de “vanádio” em homenagem a Vanadis, a deusa nórdica do amor e da beleza. Pouco tempo depois, o químico alemão Friedrich Wöhler analisou o eritrônio de del Río e confirmou que ele continha vanádio. Mas del Río nunca teve o merecido crédito por sua descoberta enquanto viveu.

A resistência do vanádio ao calor e à corrosão levou ao seu uso na artilharia da Primeira Guerra Mundial e no motor Ford Modelo T. Atualmente, o vanádio é usado em ligas metálicas na produção de ferramentas, motores e máquinas.

Del Río viveu na Filadélfia por um tempo depois que os espanhóis foram expulsos do México após a guerra da independência, mas retornou ao país em 1834. Ele é o autor de Elementos de Orictognosía, o primeiro livro didático sobre mineralogia publicado nas Américas. Todos os anos, a Sociedade Mexicana de Química concede um prêmio em seu nome a químicos que realizaram contribuições extraordinárias para a ciência.

Rebeca Gerschman

por Attabey Rodríguez Benítez, exclusivo para a C&EN

Rebeca Gerschman.
Credit: University of Rochester/River Campus Libraries
Rebeca Gerschman

A bioquímica argentina Rebeca Gerschman foi a primeira cientista a propor que os radicais livres podem causar toxicidade do oxigênio e morte celular (Science 1954, DOI: 10.1126/science.119.3097.623). A relação entre os radicais livres e o envelhecimento, proposta pela primeira vez por Gerschman em 1954, permanece sendo explorada pelos cientistas

Gerschman concluiu seu doutorado na Universidade de Buenos Aires em 1937. Durante seus estudos, desenvolveu um método, mais tarde conhecido como método Gerschman-Marenzi, para avaliar o potássio no sangue. Ela fez pós-doutorado na Universidade de Rochester, onde continuou a estudar o potássio. Mas seu orientador também estava interessado em respiração, e ela seguiu esse interesse, passando a pesquisar sobre estresse oxidativo.

Foi quando Gerschman começou a estudar os efeitos de gases, como o oxigênio, em animais, inspirado por uma observação de que a pele dos pilotos de caça envelhecia mais rapidamente do que a dos demais combatentes. Os pilotos de caça são expostos à mesma radiação que uma câmara de bronzeamento artificial. Em altitudes elevadas, as concentrações de oxigênio podem variar de níveis normais de 21% a até 100%. Gerschman supôs que uma grande quantidade de oxigênio e radiação poderia gerar radicais que levariam ao envelhecimento mais rápido da pele dos pilotos.

Na década de 1980, ela foi indicada ao Prêmio Nobel por sua contribuição ao estudo dos radicais livres, mas faleceu antes que pudesse receber o prêmio.

Luis F. Leloir

por Manny Morone

Luis F. Leloir.
Credit: Wikimedia Commons
Luis F. Leloir

Em um período tumultuado da história da Argentina, quando o governo era hostil à atividade acadêmica, Luis F. Leloir realizou descobertas fundamentais sobre o metabolismo da glicose. Leloir nasceu em 1906 em Paris, filho de mãe argentina, e se mudou para o país ainda bebê. Ele viria a se tornar o primeiro latino-americano a ganhar o Prêmio Nobel de Química.

Leloir iniciou sua carreira científica em 1932 como médico. Insatisfeito com as opções disponíveis para os médicos na época, Leloir deixou a medicina clínica após dois anos e começou a trabalhar nos laboratórios de pesquisa médica da Universidade de Buenos Aires (UBA). Depois de passar um ano na Universidade de Cambridge, adquiriu experiência em pesquisa bioquímica e, em 1937, retornou à UBA, onde continuou a pesquisa no departamento de fisiologia da universidade e, posteriormente, começou a lecionar para os alunos.

A pesquisa de Leloir foi interrompida em 1943, quando o governo constitucional da Argentina foi derrubado pelos militares. Milhares de acadêmicos foram demitidos durante a ditadura militar, inclusive o mentor de longa data de Leloir, Bernardo Houssay. Houssay, ele próprio um futuro nobelista, foi demitido após assinar uma carta de protesto antinazista. Leloir mais uma vez partiu para o exterior, continuando sua pesquisa nos EUA e na Inglaterra.

Ele retornou a Buenos Aires em 1947 e tornou-se o diretor fundador do Instituto de Pesquisas Bioquímicas da Fundação Campomar, financiado com recursos privados (atualmente chamado de Fundação Instituto Leloir). Vários institutos de pesquisa independentes estavam emergindo em Buenos Aires, muitas vezes funcionando dentro de casas adaptadas e com equipes constituídas por acadêmicos que haviam sido demitidos de instituições públicas.

Na ocasião, Leloir investigou a via enzimática que converte o açúcar galactose em glicose nas células. Seu grupo identificou um participante essencial: o nucleotídeo difosfato de uridina, que se liga a moléculas de açúcar e permite que elas sejam digeridas por enzimas e aproveitadas como energia.

Ao longo da década de 1950, Leloir e seus colegas estudaram como os açúcares de nucleotídeos afetam o armazenamento de energia e a quebra de polissacarídeos complexos. A equipe descobriu que a glicose poderia ser armazenada nas longas cadeias de açúcar ligadas à glicogênio sintase somente depois que a glicose formasse o intermediário uridina difosfato glicose. Essa descoberta e outras relativas à função dos açúcares nucleotídeos no metabolismo renderam a Leloir o Prêmio Nobel de Química em 1970.

Leloir veio a falecer em 1987, ainda como pesquisador ativo. Em 2001, o Instituto Campomar foi renomeado em sua homenagem.

César Milstein

por Ariana Remmel, exclusivo para a C&EN

César Milstein.
Credit: Corbin O’Grady Studio/Science Source
César Milstein

César Milstein foi um argentino ganhador do prêmio Nobel por seus estudos em enzimologia e imunologia. Milstein, nascido em 1927, é mais lembrado por sua pesquisa sobre a produção de anticorpos.

No início de sua carreira, Milstein fez contribuições significativas para a compreensão da cinética enzimática e dos mecanismos de reação. Em 1961, ele assumiu o cargo de chefe de divisão no Instituto Nacional de Microbiologia de Buenos Aires e deu continuidade a essa pesquisa.

Em 1963, Milstein renunciou ao cargo em razão do que classificou como “perseguição política a intelectuais e cientistas liberais”. Ele se mudou para Cambridge, na Inglaterra, a fim de participar do laboratório do químico de proteínas Frederick Sanger, um antigo mentor e colaborador de longa data, que sugeriu uma mudança de foco em sua pesquisa rumo à imunologia.

Milstein se interessou pela diversidade de anticorpos, proteínas que as células imunológicas utilizam para atingir e eliminar agentes patogênicos. Mas a dificuldade de produzir anticorpos em laboratório representou um grande obstáculo para a elaboração de experimentos que pudessem revelar os mecanismos inerentes à bioquímica imunológica.

Ao investigar a relação entre a diversidade e a produção de anticorpos, Milstein e seu colaborador Georges J. F. Köhler desenvolveram uma técnica para fundir duas linhagens de células: uma cancerosa e outra que produz um anticorpo específico. O resultado foi uma linhagem celular híbrida de fácil crescimento em laboratório e que produz anticorpos monoclonais em grandes quantidades (Nature 1975, DOI: 10.1038/256495a0). Milstein e Köhler receberam, cada um, um terço do Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1984 por essa descoberta.

A acessibilidade recém-descoberta dessas proteínas revolucionou o estudo da imunologia e da medicina humana, e Milstein passou boa parte de sua carreira posterior desenvolvendo novas aplicações para anticorpos monoclonais no laboratório. Ele morreu em 2002.

Luis Miramontes

por Rachel Petkewich

Luis Miramontes.
Credit: Wikimedia Commons
Luis Miramontes

A C&EN publicou uma versão deste perfil em 11 de setembro de 2006.

Luis Miramontes cocriou um composto utilizado em pílulas anticoncepcionais. Nascido em Tepic, México, Miramontes formou-se em Engenharia Química em 1954 pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).

Miramontes iniciou sua carreira como pesquisador em química orgânica no Instituto de Química da UNAM. Ele ingressou na empresa farmacêutica Syntex, na Cidade do México, onde trabalhou na síntese de vários compostos relacionados a esteroides.

Em 15 de outubro de 1951, Miramontes, então com 26 anos, sintetizou a noretindrona, que se tornaria o composto ativo base da primeira pílula anticoncepcional oral sintética. Ele registrou a patente do composto em conjunto com Carl Djerassi e George Rosenkranz.

Miramontes continuou como pesquisador em química orgânica e lecionou em várias universidades mexicanas de prestígio. Entre seus prêmios, ganhou o prêmio Andrés Manuel del Río, o principal prêmio de química do México. Em 2005, a Academia Mexicana de Ciências indicou o trabalho de Miramontes com a pílula anticoncepcional oral como a contribuição mexicana mais importante para a ciência mundial. Ele faleceu em 2004.

Mario Molina

por Cheryl Hogue, exclusivo para a C&EN.

Mario Molina.
Credit: Wikimedia Commons
Mario Molina

A C&EN publicou uma versão deste perfil em 9 de Outubro de 2020.

Quando menino, na Cidade do México, Mario Molina brincava com um kit de química. Já adulto, ele recebeu o Prêmio Nobel de Química de 1995 pelo trabalho da compreensão acerca da formação e decomposição do ozônio na estratosfera.

Sua pesquisa ajudou a pavimentar o caminho do estabelecimento de um tratado histórico sobre a proteção do ozônio estratosférico, o Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, de 1987.

Em 1974, Molina era um pesquisador de pós-doutorado sob a orientação de F. Sherwood Rowland na Universidade da Califórnia, em Irvine, quando os dois publicaram um artigo inovador na Nature(DOI: 10.1038/249810a0). Eles levantaram a hipótese de que os clorofluorcarbonos (CFCs), gases sintéticos amplamente utilizados na época como agentes de refrigeração e propulsores de aerossóis, poderiam reduzir o ozônio estratosférico, gás que absorve a maior parte da luz ultravioleta do sol e possibilita a vida na Terra.

Os fabricantes de produtos químicos e de aerossóis ridicularizaram a ideia. Mas outros cientistas corroboraram e aprofundaram o trabalho de Molina e Rowland.

Molina dividiu o Prêmio Nobel com Rowland e o químico atmosférico holandês Paul J. Crutzen. Ele recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade dos EUA em 2013.

Molina atuou ativamente na política ambiental, pressionando líderes mundiais a enfrentar as mudanças climáticas e trabalhando para implementar políticas de melhoria da qualidade do ar nas megacidades do mundo.

Ele concluiu seu doutorado em físico-química na Universidade da Califórnia, em Berkeley, e trabalhou no Laboratório de Propulsão a Jato do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Molina foi professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e da Universidade da Califórnia em San Diego. Ele fundou o Centro Mario Molina para Estudos Estratégicos sobre Energia e Meio Ambiente na Cidade do México.

Molina morreu em 2020, aos 77 anos.

Sarah Stewart

por Ariana Remmel, exclusivo para a C&EN

Sarah Stewart.
Credit: Wikimedia Commons
Sarah Stewart

Atualmente, vacinar crianças contra o papilomavírus humano, que pode causar câncer de colo do útero e outras doenças, é um protocolo de rotina. Esse tratamento que salva vidas é graças, em parte, ao trabalho de Sarah Stewart, que foi uma das primeiras cientistas a demonstrar uma ligação entre vírus e câncer.

Stewart nasceu em 1905 em Tecalitlán, México, e mudou-se para os EUA ainda na infância. Ela fez mestrado e doutorado em microbiologia, o que despertou seu interesse por vírus e doenças humanas.

Naquela época, já havia evidências de que alguns vírus poderiam estar associados ao crescimento de tumores. Mas a maioria dos pesquisadores em meados do século XX considerava não ser interessante investigar essa ligação. Quando Stewart enviou sua primeira solicitação de financiamento para a pesquisa de vírus causadores de câncer em 1944, os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA negaram o pedido, afirmando que o projeto carecia de mérito e que sua formação em microbiologia não a qualificava para estudar medicina humana.

Mas Stewart foi persistente. Ela assumiu um cargo de professora na Universidade de Georgetown, onde lecionou microbiologia na Faculdade de Medicina. Na época, somente homens podiam se matricular na faculdade de medicina, mas o cargo de professora de Stewart a autorizava assistir às aulas junto com os alunos do sexo masculino. Quando a escola finalmente permitiu a matrícula de mulheres, Stewart se tornou a primeira mulher a se formar em medicina pela Georgetown, em 1949.

Com os diplomas de doutorado e medicina em mãos, Stewart juntou-se ao laboratório de Bernice Eddy em 1951 no NIH, e a dupla deu início a muitos anos de experimentação criteriosa, em busca de vírus causadores de câncer. Finalmente, em 1958, Stewart e Eddy se tornaram as primeiras cientistas a estabelecer uma ligação definitiva entre a formação de tumores e um vírus recém-descrito que elas chamaram de SE (de Stewart Eddy) poliomavírus (Proc. Soc. Exp. Biol. Med. 1958, DOI: 10.3181/00379727-98-24205). As descobertas de Stewart e Eddy as incluem diretamente no grupo dos fundadores do campo da oncologia viral.

Stewart foi indicada duas vezes ao Prêmio Nobel, e suas realizações foram reconhecidas em outros aspectos durante sua vida. Em 1965, o presidente Lyndon B. Johnson a agraciou com o Federal Women’s Award (prêmio extinto que destacava a participação de mulheres no governo federal dos EUA) por suas contribuições à pesquisa do câncer. Stewart continuou sua pesquisa em oncologia viral pelo resto de sua carreira até seu falecimento devido um câncer em 1976.

Evangelina Villegas

por Ariana Remmel, exclusivo para a C&EN

Evangelina Villegas.
Credit: Associated Press
Evangelina Villegas

A bioquímica mexicana Evangelina Villegas é mais lembrada por suas contribuições à ciência dos cereais e da nutrição, especialmente por seu trabalho com o milho. Ela viveu de 1924 a 2017 e passou a maior parte de sua vida na Cidade do México, onde nasceu.

O interesse de Villegas pelo cultivo do milho, que é cultural e economicamente importante em seu país de origem, além de sua afinidade com a ciência, levaram-na a obter um doutorado em química e melhoramento de cereais pela Universidade de Dakota do Norte.

Em 1967, ela ingressou no Centro Internacional de Melhoramento do Milho e do Trigo, no México, onde se dedicou à luta contra a desnutrição global. Logo se uniu ao colaborador Surinder Vasal e, juntos, eles se concentraram no milho, uma cultura básica que alimenta milhões de pessoas em todo o mundo.

Apesar da importância calórica da produção, a maioria das variedades de milho tem baixo teor de proteína, especialmente os aminoácidos essenciais lisina e triptofano. Sem usufruir de uma dieta variada, as pessoas que se alimentam predominantemente de milho, o que é comum em partes da África, Ásia e América do Sul, correm um risco maior de desnutrição e doenças associadas. A deficiência de proteína dessas dietas é especialmente perigosa para as crianças pequenas, que geralmente passam pelo desmame através da alimentação com milho. Villegas e Vasal desejavam combinar técnicas bioquímicas e de melhoramento de plantas para criar uma variedade de milho rica em proteínas, com sabor e textura palatáveis, que pudesse atender às necessidades nutricionais das comunidades que dependem do milho.

Após mais de uma década de trabalho, a dupla desenvolveu uma variedade chamada quality protein maize (QPM). O QPM não só possui um teor geral de proteína mais alto do que o milho convencional, mas também contém quase o dobro da quantidade de lisina e triptofano.

O QPM logo passou a ser cultivado em partes da África, onde foi comprovado ser capaz de melhorar a saúde de crianças pequenas que sofriam de desnutrição. Desde então, seu uso se expandiu para países da América do Sul e do Sudeste Asiático. Villegas e Vasal dividiram o Prêmio Mundial da Alimentação de 2000 por suas contribuições à nutrição global, sendo que Villegas se tornou a primeira mulher a receber o prêmio. No mesmo ano, Villegas recebeu o prêmio de Mulher do Ano da Associação de Mulheres Mexicanas. Ela prosseguiu trabalhando como consultora para ajudar a compartilhar a pesquisa e as aplicações do QPM em todo o mundo.

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