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Oncology

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Compra de US$ 21 bilhões da Immunomedics pela Gilead impulsiona a indústria dos medicamentos conjugados de anticorpos (ADC)

Aquisição expande o grande portfólio oncológico da empresa de biotecnologia para tumores sólidos

by Lisa M. Jarvis
September 21, 2020 | A version of this story appeared in Volume 98, Issue 36

The structure of Trodelvy.

Acesse todo o conteúdo em português da C&EN em cenm.ag/portuguese.

Essa foi uma semana importante para a indústria dos medicamentos conjugados de anticorpos.

Na maior negociação em seus 33 anos de história, a Gilead Sciences concordou em pagar US$ 21 bilhões pela compra da Immunomedics e de seu medicamento conjugado de anticorpos (ADC) recentemente aprovado, o Trodelvy. Em outro negócio, a Merck & Co. disse que comprará uma grande participação na Seattle Genetics, como parte de um amplo acordo que lhe dará acesso a um ADC para câncer de mama, em fase de desenvolvimento.

A Immunomedics tem uma linha de produtos completa de anticorpos e ADCs, mas o alvo principal para a Gilead era o Trodelvy, que foi aprovado em abril para o tratamento de câncer de mama triplo-negativo. O medicamento gerou uma receita de US$ 20 milhões em seu primeiro trimestre completo no mercado, e os analistas projetam que as vendas anuais cheguem a US$ 4 bilhões até 2029. Numa chamada com investidores, o presidente da Gilead, Daniel O’Day, disse que o medicamento é uma “linha completa em um só produto”, graças ao potencial de expansão de seu uso para outros tipos de câncer e da combinação da droga com outros medicamentos oncológicos.

Para a Gilead, o negócio acelera um plano de vários anos para alcançar uma posição competitiva no mercado de medicamentos oncológicos. A empresa deu o primeiro passo em 2017, quando pagou aproximadamente US$ 12 bilhões pela terapia focada em células da Kite Pharma, um negócio que impulsionou a empresa no ramo de câncer no sangue. Um ano depois, O’Day, um executivo da Roche com vasto conhecimento de marketing de remédios para câncer, foi contratado para elaborar um portfólio maior de produtos oncológicos.

Nos últimos dois anos, a empresa de biotecnologia fechou 12 negócios no ramo da oncologia, destacou O”Day na chamada. Muitos deles — sobretudo a recente aquisição da Forty Seven por US$ 4,9 bilhões de dólares — ampliaram a linha de produtos para câncer no sangue.

A compra da Immunomedics tem o objetivo de ancorar a Gilead nas terapias de tumores sólidos. “O formato do portfólio muda drasticamente com essa aquisição”, afirma O’Day.

Os investidores já esperavam que a Gilead fechasse um negócio atrativo. Mas embora estejam animados em relação ao potencial do Trodelvy, eles não ficaram satisfeitos com o valor elevado. Geoffrey Porges, analista de ações da SVB Leerink, disse aos clientes que “a compra foi a aquisição mais cara no ramo das grandes farmacêuticas nesta última década”, destacando que a Gilead afirma que o preço reflete o grande número de interessados na Immunomedics.

“Esse é o tipo de negócio tangível que a Gilead precisa para tentar injetar um crescimento muito necessário na sua perspectiva futura”, disse Cory Kasimov, do JPMorgan, aos investidores. “Dito isto, não é barato.”

A Merck também investiu pesado em ADCs. A empresa vai pagar US$ 600 milhões à Seattle Genetics e ter uma participação de US$ 1 bilhão na empresa para ganhar acesso ao ladiratuzumab vedotin, medicamento que está em fase intermediária de estudo clínico. Outro acordo permitirá que a Merck comercialize um medicamento chamado Tukysa, aprovado para câncer de mama em diversas regiões fora dos Estados Unidos e da Europa.

A Merck planeja explorar o potencial do ladiratuzumab vedotin sozinho e em combinação com a Keytruda, a imunoterapia para câncer que a empresa já tem.

O interesse nos ADCs aumentou e diminuiu com o passar dos anos e os dois negócios — mais a considerável colaboração, no ano passado, entre a AstraZeneca e a Daiichi Sankyo — refletem os esforços recentes para melhorar a eficácia dos medicamentos. O conceito parece simples: prender a capacidade destrutiva e poderosa da quimioterapia aos anticorpos que miram na proteína superexpressa em células cancerígenas. Mas as empresas têm tido muita dificuldade para acertar na elaboração desses elementos. Até o ano passado, apenas quatro ADCs chegaram ao mercado americano.

Desde 2019, contudo, a FDA, agência regulamentadora de medicamentos nos EUA, aprovou cinco ADCs e vários outros já estão em estágios avançados de pesquisa. Em grande parte, o ressurgimento da indústria se deu graças aos avanços na compreensão da biologia do câncer, às novas tecnologias de ligação e a uma diversidade na capacidade destrutiva, disse John Lambert, que passou 30 anos trabalhando com ADCs na ImmunoGen e hoje atua como consultor independente.

O Trodelvy, por exemplo, usa um ligante carbonato hidrolisável para conectar um anticorpo que tem como alvo a glicoproteína de superfície trop2 a um inibidor topoisomerase. Essa capacidade destrutiva danifica o DNA, enquanto os primeiros ADCs, na maioria das vezes, inibiam a formação de microtúbulos nas células.

“O mercado vai amadurecendo, à medida que as pessoas entendem o que é necessário para um bom ADC,” disse Lambert.

Essas traduções são parte da colaboração entre C&EN e a Sociedade Brasileira de Química. A versão original (em inglês) deste artigo está disponível aqui.

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